O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que só vai definir seu futuro partidário no final deste mês, quando o PSDB deve concluir as conversas sobre possíveis fusões com outras legendas.
Filiado há 24 anos no PSDB, Leite tem estudado a troca partidária de olho na corrida ao Palácio do Planalto em 2026 e dado sinais a aliados de que pode migrar para o PSD.
Em março, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deixou o PSDB e se filiou à sigla de Gilberto Kassab, na tentativa de se fortalecer para uma eventual disputa contra o prefeito do Recife, João Campos (PSB), no ano que vem.
“O partido [PSDB] vive um momento de reflexão e discussão sobre seu futuro, o que é natural diante dos desafios que o sistema eleitoral brasileiro impõe. Em respeito à história que construímos juntos, qualquer decisão sobre meu futuro partidário será tomada apenas após a conclusão desse processo interno, que terá um desfecho até o fim do mês de abril”, escreveu Leite, em uma rede social.
A discussão no PSDB envolve uma possível fusão com o Podemos, o que pode ser anunciado até o final do mês. Lideranças tucanas dizem que a união entre os dois é a possibilidade mais amadurecida até aqui.
Outro desenho futuro em debate pelos tucanos é uma federação com MDB ou com Republicanos. Já a incorporação do PSDB ao PSD estaria descartada. Tucanos sustentam que isso representaria, na prática, a extinção do partido.
Outrora uma das principais legendas do País, o PSDB vem minguando desde a disputa de 2014. Em 2022, a legenda perdeu mais da metade do número de deputados federais e não elegeu nenhum senador — o número de prefeitos eleitos também caiu para menos da metade em 2024.
Apesar da redução dos quadros, o que dificulta o lançamento de candidaturas ao Planalto, o PSDB ainda tenta convencer Leite a ficar no partido. Tucanos têm lembrado a ele, por exemplo, que, dentro do PSD, o governador do Paraná, Ratinho Junior, já se apresenta como pré-candidato ao Planalto.
Kassab tem feito declarações simpáticas sobre as pretensões de Ratinho Junior, embora ponderando que é cedo para “bater o martelo” sobre 2026. Hoje Kassab tem cadeira no secretariado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome também cotado para o Planalto. Ao mesmo tempo, em Brasília, o PSD segue com representantes na Esplanada de Lula (PT).
Já entusiastas da entrada de Leite no PSD afirmam que, dentro do partido, o governador do Rio Grande do Sul seria um nome melhor do que seu homólogo paranaense se a ideia for se apresentar ao eleitor em 2026 como uma alternativa de centro e de terceira via, ou seja, uma opção contra presidente Lula (PT) e contra algum nome do bolsonarismo.
Pré-candidatos de direita, como Ratinho Junior, têm se reaproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. No início deste mês, o governador cumpriu agendas com o ex-mandatário no Paraná e, em seguida, participou da manifestação na avenida Paulista em que Bolsonaro pediu anistia para os denunciados no âmbito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Foto: Fernando Gomes/ALRS
Fonte- Jornal O Sul