Arline Schwmatz foi para sua rede social expor a agressão sofrida pelo filho, que se encontrava internado no Hospital de Clínicas de Carazinho. O menino de 12 anos passou por cirurgia para corrigir desvio de septo, causado pelo soco do colega de 14 anos. O fato ocorreu por volta do meio-dia, no horário de saída da aula, na segunda-feira (17/3).
Na postagem com a foto do filho na cama do hospital, Arline alega que “o agressor falou na sala de aula que bateria nele no final da aula” e questiona a responsabilidade de quem deveria manter a integridade de seu filho que toma medicação para TDH desde os 5 anos.
“Onde está a empatia dos pais e adultos que estavam na espera por alguém a sair da escola, que não foram capaz de apartar. Aonde está a responsabilidade das autoridades que dizem que "um só não briga " para uma mãe que está em defesa do seu filho?” escreveu, entre outras coisas.
A publicação logo tomou proporção com muitos compartilhamentos e comentários. Na manhã de quinta-feira (20), Arline conversou com nossa reportagem pelo WhatsApp, confirmou as informações escritas e disse que o filho havia recebido alta e já estava em casa. Acrescentou que ele estava sendo vítima de bullying de colegas na sua turma e que havia solicitado troca de turma à direção.
Procurada, a diretora da Escola Cívica Municipal, Saionara Palharini, e a secretária da Educação, Joselaine Dillenburg, conversaram comigo na escola, onde pude assistir os vídeos das câmaras de segurança da área externa e vídeos gravados por alunos.
As informações colhidas na escola e as outras imagens coletadas, mostram que os alunos saíram da escola com a “luta” já combinada e os colegas tinham conhecimento do que iria ocorrer. O menino de 14 anos tirou a camiseta de uniforme e o de 12 anos colocou uma luva. Eles se cumprimentaram batendo as mãos e partiram para a luta, no meio da rua, rodeados pelos colegas. Tudo ocorreu muito rápido. Assim que o mais jovem levou um soco no rosto, o nariz sangrou. Neste momento a coordenadora do CA estava saindo da escola e correu em socorro do ferido. Os monitores e responsáveis da escola chegaram e o aluno ferido foi levado para a recepção, onde recebeu atenção e foi chamado seu pai.
No dia de hoje, os pais de ambos foram chamados para conversar. De acordo com a diretora, as famílias e os alunos conhecem o regulamento da escola e o manual do aluno, cujas regras serão aplicadas.
—Nós recebemos os alunos a parir de 11 anos de idade. Antes da escola, eles têm uma família que é responsável pela educação e formação do caráter. Aqui na Escola Cívica, nossa filosofia e orientar os alunos para que convivam com as diferenças e enfrentem as dificuldades. O ensino e as atitudes são dirigidos para formar cidadãos responsáveis por seus atos, respeitando os outros e a autoridade dentro da escola e na sociedade—, declarou Saionara Palharini, diretora da Escola Cívica Municipal Profº Iraldo Borghetti.
A secretária da Educação lamentou a ocorrência e chamou atenção para as consequências de publicações em redes sociais, explicando que o menino de 14 anos também teve sua imagem exposta em vídeos que circularam pelos grupos de Whats e estava sofrendo ameaças, o que pode colocar sua vida em risco.
—Os comentários na postagem acabaram incitando a opinião pública a entender os fatos de maneira unilateral. Alguns foram ofensivos e caluniosos e serão analisados pelo setor jurídico da prefeitura. É compreensível que, em se tratando de criança haja uma comoção imediata, mas quando não há má intenção, antes de emitir opinião, as pessoas precisam lembrar que pode haver um outro lado no fato—. destacou Joselaine Dillemburg, Secretária Municipal da Educação.
Por: Helaine Gnoatto Zart
A Folha Não-Me-Toque